17/05/2007

Mudando de Assunto

Nos últimos dias tenho falado muito em educação. Tenho visto matérias relacionadas ao assunto, a mídia comenta sobre o PED (Plano de Desenvolvimento da Educação) e o assunto também me interessa muito. O prof. Moura da disciplina de Jornalismo Informatizado pediu para a turma preparar a pauta de um Jornal Monotemático para o dia 07/05. Achei bastante pertinente falar sobre a educação. Educação e leitura. Mas o que mais me tem me feito refletir nesses últimos dias é a escassez do ensino. A inacessibilidade de crianças e jovens a um ensino de qualidade dificulta o processo de aprendizagem de quem deveria ser a promessa de um país melhor.
Agora que estou no ultimo ano de faculdade e tenho (assim como toda a turma) que cumprir a grande tarefa de realizar o projeto de TCC – o tema da minha equipe é Moradores de Rua – fico refletindo sobre as dificuldades de conseguir alguma coisa nesse país. As necessidades mais básicas de cada cidadão como saúde, alimentação, educação são caminhos longos a serem percorridos para se ter acesso.
Nos outros textos que escrevi dissertei sobre a necessidade de lutar por nossos direitos, e acredito que nada é tão válido quanto um povo que luta. Mas o que mais nos desvia das incessantes batalhas é a qualidade de serviços recebidos. O sistema teima em beneficiar somente os detentores do dinheiro.
Não é nada fácil abordar temas de interesse social sem achar que podemos encontrar solução para tudo. Depois que eu e meu grupo de TCC tivemos contato com os moradores de rua mudamos muitos nossos conceitos sobre a realidade das pessoas. Quantos homens e mulheres estão jogados nas ruas em busca de uma vida com mais dignidade e qual o resultado de sua procura quando vê que são poucas as perspectivas de conseguir ajuda (Acho que estou mudando de assunto).
Quando se fala em jornalismo a gente percebe que seu significado se resume simplesmente em prestar um serviço à sociedade e que comunicar a população é cumprir um importante papel social. Em breve estarei formada em jornalismo e isto tem sido a minha fonte de consolação. Acho que escolhi o curso certo!

31/03/2007

Cálculo Matemático

Enquanto me arrumava pra a faculdade ontem ouvia a Rádio Jovem Pan AM e diferentes de algumas reportagens transmitidas, uma chamava a atenção pela simplicidade dos fatos apresentados. Nela, crianças de 07 a 14 anos respondiam a perguntas simples de matemática, como 5+4 ou 2+3. Mas as respostas eram surpreendentes: 5+4= 12, ou 2+3= 4. Teve uma que chamava ainda mais atenção pela analise lógica. "8x8? 16. Mas o que surpreende não são somente alguns exemplos citados no rádio, mas números estatisticos que saem como resultado de provas de qualificação de aprendizagem. O Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) que avalia os estudantes da 4ª a 8ª série do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio foi um fiasco em 2005, principalmente em São Paulo, onde a queda de rendimento estudantil foi de 8,2% desde 1995. Números, só números. Mas revelam a decadência do ensino não só no Estado como no país inteiro. O que me chamou mais atenção foi o fato de obter estes dados mais ou menos às 18h, quando lia a revista Carta Capital da semana passada. Cheguei em casa e liguei o rádio e ai ouço vozes agudas de crianças, jovens respondendo a questões básicas de matemática, afirmando que é sua matéria favorita por ser a mais fácil. Imaginem se ela fosse a mais dificil!? Pois bem, se a educação, como dizem os especialistas, é a base para um futuro digno para todos os cidadãos, como será o futuro de nossos filhos?
O pacote do governo federal, o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) que inclui avaliação para os alunos de 6 a 8 anos, aumento no nº de professores "de fato" entre os alfabetizadores, entre outras medidas, prevê um beneficio para os estudantes em fase de alfabetização. Mas a medida talvez não traga resultados imediatos. Um processo de educação que vem defasado desde que o ensino se tornou mera geração de capitalismo, não vai render bons frutos mesmo. Mas até que se tenha um resultado positivo para a educação, é importante que os 8x8 se tranforme numa super "potência" em sala de aula. Pra isso, é preciso estudar muito.

13/03/2007

O que está em Pauta

A vinda de Bush ao Brasil, a queda histórica da Bolsa de Xangai, o gás boliviano e a produção de etanol. Todos assuntos em pauta na mídia e a desigualdade cada vez mais camuflada nos mesmos veículos. Quantas pessoas passam fome no mundo neste momento?
Questões internacionais são abordadas e discutidas nos veículos e o outro lado da "moeda" é tratado como uma banalidade qualquer do que assunto de interesse nacional. Será que vale a pena discutir assuntos de interesse internacional enquanto milhares de pessoas caminham nas ruas em busca (sejam de restos) de comida? De certa forma sim, já que algumas das decisões tomadas pelos chefes de Estado que incluem exportações, valorização da moeda (aqueles assuntos que muitas vezes não sabemos do que se trata) são decisivos para a vida das pessoas. Mas até que ponto a população entende isso? Não digo que não devemos falar sobre os temas da atualidade, mas até que ponto pessoas comuns, como nós, vão ser tratadas como meros figurantes na historia do país. Eu ando até o trabalho e no caminho vejo gente debaixo da ponte, dormindo como se estivesse em casa, só que, diferente de nós que lemos esta publicação hoje, não tem um cobertor no frio, uma roupa descente para vestir, e o teto sob o qual deitam é úmido e gelado. A gente vê tantas doenças "da moda", como a anorexia, por exemplo, e esqueçe de debater que tem gente que não consegue uma alimentação sequer por dia. Assuntos diversos devem ser debatidos entre as pessoas, os cidadãos, mas não podem ser tratados isoladamente como primeiro plano. O PAC - Plano de Aceleração de Crescimento - cria do governo Lula, promete fazer o Brasil crescer em 5% ao ano, o que seria muito bom para o desenvolvimento do país (além de ser um "tanto" impossível), mas a gente tem que esperar pra ver se este crescimento vai afetar a população no geral, e não somente os que dominam os cofres mais poderosos do país. Apoio as medidas que tem como objetivo avançar nossa situação econômica perante o mundo. Se bem feitas, elas podem mudar a vida e situação social de muita gente. O único problema é quando os assuntos que envolvem a população não são tratados com enfasê, e jogados para escanteio quando o noticiario local divulga as principais manchetes do dia.
Pois bem. Enquanto a gente espera por alguma melhoria na situação de miséria do país e do mundo, e luta para ganhar o tão suado salário no final do mês, a gente assiste a vinda de Bush ao Brasil, a queda histórica da Bolsa de Xangai, o gás boliviano e a produção de etanol...Quem sabe a gente aprende um pouco mais sobre o assunto.

08/03/2007

Não está tudo bem!!

As coisas sempre estão difíceis, e a tendência é piorar. Pelo menos enquanto ninguém fizer nada, elas continuaram as mesmas. Quem depende do transporte público para se locomover ao trabalho, por exemplo, sabe muito bem como é a qualidade dele. Não é nada fácil pegar um ônibus super lotado ou um trem onde não tem mais espaço e as pessoas se sufocam até não poder mais. E uma coisa é fato: todo mundo reclama e reclama. Só reclama, e não faz nada. A cidade está imunda, poluída. Mas, e o lixo que jogamos todo dia nas ruas da cidade, mesmo que seja aquele papelzinho pequeno de bala? É lixo do mesmo jeito. E aquela super lotação no ônibus ou aquela enorme fila para esperar a condução no terminal? Bem, a gente não pode esquecer que já furou fila tantas vezes, né!, ... Bem furar a fila é só um detalhe. Mas alguém se lembra do último vereador que votou? Acho que a maioria dos cidadãos não se lembra. Aliás, você tem acompanhado quais os projetos que os deputados apresentam na Câmara Estadual e Federal?
"Tudo bem" que não é fácil conviver com o lixo da cidade, a superlotação no transporte, o transito infernal de “Sampa” e ouvir de bico calado que o salário do Legislativo subiu em 91%. E de bico calado nós estamos. Ainda é possível mudar a situação. Em época de globalização, todo mundo tem celular, assim como tem acesso a internet para verificar se os investimentos estão sendo realizados de acordo com os impostos que pagamos. Nesta hora vale lembrar que o Brasil está entre os países que mais cobram impostos dos contribuintes no mundo. E que trabalhamos mais de quatro meses no ano só para pagar os mesmos que nos são cobrados por cada produto ou serviço que utilizamos.
Não basta ser cidadão, tem que participar. Ou melhor, ser cidadão é participar. Devemos procurar aqueles que não querem ser questionados e que fazem de tudo pra fugir das fiscalizações. E estas por sinal sempre beneficiam os detentores do dinheiro, aqueles homens de Brasília – por exemplo, sem ser tendenciosa - que tem imunidade parlamentar, são julgados diretamente no STF onde o processo é mais efetivo e eficiente, ou são beneficiados pelo hábeas corpus preventivo (numa CPI, se um parlamentar tiver voz prisão ele já é solto na hora, nem chega a ir pra cadeia).
Não vamos permanecer de braços cruzados, vamos lutar. É nosso direito usufruir serviços de qualidade, sem ter que se humilhar para isso. Ainda é difícil conseguir alguma coisa neste país, porém mais difícil que isso é aceitar tudo que nos é imposto de força complacente e conformista. Neste caso, por que só reclamar ao invés de agir? Afinal de contas, não está “tudo bem”, está?